Os duplos mortais são nomeados de acordo com os seguintes aspectos:
1. Posição do corpo: grupado (corpo encolhido), carpado (corpo em forma de L) ou esticado (corpo totalmente estendido);
2. Direção (para frente ou para trás);
3. Quantidade de piruetas (os giros de um lado para o outro, como um parafuso, realizados durante o mortal).
Aí vai uma lista de todos os duplos mortais existentes no código de pontuação de solo na ginástica feminina:
• Duplos mortais para trás:
Duplo mortal grupado (DG):
Outros nomes: Kim.
Valor: D (0,4).
É o mais simples dos duplos mortais. Não muito presente nas séries dos últimos anos pelo baixo valor de dificuldade (valia C até 2008). Agora que tem um valor maior, é bem provável que volte a aparecer principalmente no fim das séries em substituição ao duplo carpado.
Duplo mortal grupado com pirueta (TG):
Outros nomes: tsukahara grupado; Muchina.
Valor: E (0,5).
É um elemento bastante comum. Sua dificuldade consiste em girar o corpo em duas direções ao mesmo tempo. Todos os duplos mortais com pirueta são comumente chamados de Tsukahara, nome do ginasta japonês que inventou esse movimento. A pirueta pode ser realizada no primeiro mortal (full-in), no segundo mortal (full-out), ou ainda entre os dois (half-in half-out), mas o mais comum é ocorrer no primeiro mortal. A maioria das ginastas afasta bastante as pernas depois da pirueta.
Duplo mortal grupado com dupla pirueta (DD).
Outros nomes: dupo com dupla; Silivas.
Valor: G (valor máximo, 0,7).
É um dos duplos mortais mais difíceis. Precisa de muito controle e altura, porque são realizadas duas piruetas durante os mortais. Pouquíssimas ginastas o executam.
Duplo mortal carpado (DC).
Valor: D (0,4).
É o duplo mortal mais comum. Quase todas as séries de solo têm um duplo carpado na saída para cumprir a exigência. Muitas ginastas chegam com o tronco baixo no duplo carpado.
Duplo mortal carpado com pirueta (TC).
Outros nomes: tsukahara carpado; Muchina.
Valor: E (0,5).
A pirueta é realizada na posição esticada durante o primeiro mortal, já que é dificílimo fazer piruetas na posição carpada. Precisa de um pouco mais de altura que a variedade grupada, sendo por isso um pouco mais difícil de se executar. A separação das pernas nesse elemento é ainda mais comum. Nunca vi um TC com pernas unidas até o fim. Muitas vezes a chegada é com o tronco baixo, assim como no duplo carpado.
Duplo mortal esticado (DE).
Valor: F (0,6).
Na minha opinião, é o mais bonito dos duplos mortais, quando bem realizado. Precisa de muita altura e velocidade de rotação. É um elemento bastante difícil. Os erros de execução mais comuns nesse elemento são: dobrar e afastar as pernas, tronco baixo na chegada, não manter bem a posição estendida.
Duplo mortal esticado com pirueta (TE).
Outros nomes: tsukahara esticado; Chusovitina.
Valor G (valor máximo, 0,7).
Elemento bastante raro. Precisa ainda de mais altura que o duplo esticado, porque além dos dois mortais estendidos, ainda precisa fazer uma pirueta. A pirueta pode ficar em qualquer dos mortais assim como no tsukahara grupado.
• Duplos mortais para frente:
Duplo mortal grupado para frente.
Outros nomes: Podkopayeva; duplo pra frente.
Valor: E (0,5).
Este é o único duplo mortal que começa de frente existente no código de pontuação. Qualquer mortal ou duplo mortal para frente é mais difícil que o mesmo mortal para trás, porque fica muito mais difícil ganhar altura e, além disso, ocorre a chamada blind landing, ou chegada cega: a ginasta não vê o solo na chegada e não consegue calcular bem se está próxima ou distante dele. A maioria das ginastas separa as pernas nesse mortal. Algumas, como a americana Nastia Liukin, têm uma separação extrema das pernas, perdendo 0,3 ponto (http://www.youtube.com/watch?v=PE5RQG3u1QU).
Duplo mortal grupado para frente com meia volta.
Outros nomes: Podkopayeva.
Valor: E (0,5).
Variação do Podkopayeva. É necessário um pouco mais de altura e mais técnica para executá-lo. Em compensação, não ocorre blind landing e a chegada fica mais segura.
Duplo twist grupado (DTG).
Outros nomes: meia volta duplo grupado para frente.
Valor: E (0,5).
Twist é qualquer mortal que começar de costas, mas antes de iniciar a rotação do mortal, fazer meia volta ainda estendido (mesmo que o mortal seja grupado ou carpado) e ficar de frente [veja as figuras dos twists]. Logo, todos os twists são mortais para frente. DTG é como um podkopayeva que começa de costas.
Duplo twist grupado com meia volta.
Valor: E (0,5).
Variação do DTG para evitar blind landing.
Duplo twist carpado (DTC).
Outros nomes: Santos I; meia volta duplo carpado para frente.
Valor: F (0,6).
Precisa de muita altura. Tem uma chegada perigosa, pois as pernas podem chegar ao solo ainda retas se não completar a rotação. É um elemento muito difícil.
Duplo twist esticado (DTE).
Outros nomes: Santos II; meia volta duplo esticado para frente.
Valor: G (valor máximo, 0,7).
É o elemento mais difícil do solo, sem dúvidas. Parecia até ser impossível. Executado apenas por Daiane dos santos até hoje e incorporado ao código de pontuação em 2008, nas olimpíadas.