domingo, 17 de janeiro de 2010

Piruetas!

Chegamos aos elementos mais comumente realizados nas passadas de solo: as piruetas!
São movimentos que valem a pena as ginastas aprenderem, pois, quando executadas com técnica adequada, tornam-se ótima estratégia para aumentar a nota de dificuldade do solo, além de possibilitarem uma evolução mais fácil e garantida. Uma ginasta que realiza muito bem uma dupla pirueta terá muito mais facilidade em aprender uma 2,5 pirueta em vez de um duplo mortal carpado, por exemplo.

Piruetas não exigem muita altura, mas exigem bom controle do eixo e rotação rápida. Os descontos mais comuns nas piruetas são: pernas cruzadas, joelhos dobrados, giro fora do eixo, rotação insuficiente, além dos descontos comuns a todos os mortais, como chegada com tronco baixo e passos.

Uma grande dificuldade para todos que estão começando a acompanhar a ginástica é a contagem do número de piruetas, devido à velocidade do movimento. Para ajudar na identificação, a primeira coisa a observar é se o elemento é para frente (vindo da reversão ou de uma pirueta que termine de frente) ou para trás (vindo de rondada+flic flac). Daí, observa-se a chegada, e depois dessas duas análises, fica muito mais fácil descobrir o número de rotações.

Se a pirueta começa para trás e termina na mesma direção, há três possibilidades: podem ter sido uma (valor B), duas (valor C) ou três (valor E) rotações. Como o valor de 1 pirueta para trás é muito baixo, é raríssimo encontrar alguém executando. Logo, você ficará em dúvida se foi dupla ou tripla pirueta. Pela velocidade da rotação dá para descobrir. Geralmente as ginastas chegam “faltando rotação” na tripla, enquanto é bem mais fácil completar as rotações de uma dupla.
Aqui uma montagem apenas com triplas piruetas: http://www.youtube.com/watch?v=mL0LD5GA33c

Se a pirueta começa para trás e termina na direção contrária (de frente), há três possibilidades: 1,5 (valor C) ou 2,5 (valor D) ou 3,5 (valor F) pirueta. Mas 3,5 pirueta até hoje só foi realizado por duas ginastas. Logo, a dúvida ficará entre 1,5 e 2,5. Essa dúvida poderá ser facilmente resolvida do mesmo modo que no exemplo anterior.

Caso a pirueta comece para frente e termine na mesma direção, há apenas duas possibilidades: 1 (valor C) ou 2 (valor D) piruetas para frente. Uma boa forma de observar esse exemplo é na série da Nastia Liukin, em que ela realiza a ligação de pirueta para frente + dupla pirueta para frente. http://www.youtube.com/watch?v=otEMlKTb9Xk (0:33. Veja também no replay)

E, finalmente, caso comece para frente e termine na direção contrária (para trás), há também duas possibilidades: 1,5 (valor C) ou 2,5 (valor E) piruetas para frente, sendo o segundo movimento bastante raro.

Recapitulando os valores:
Piruetas para trás. 1=B. 1,5=C. 2=C. 2,5=D. 3=E. 3,5=F.
Piruetas para frente. 1=C. 1,5=C. 2=D. 2,5=E.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Giros

Olá, pessoal! Depois de um longo período sem postar (terceiro ano do ensino médio é complicado!), finalmente estou de volta, com tempo livre para voltar a me dedicar ao blog.

Hoje, finalizando a parte de dança, vamos trabalhar os giros, exercícios admiráveis, que, por trás de aparente simplicidade, exigem técnica apurada e absoluto controle do eixo corporal. Um giro bem realizado apresenta beleza inigualável.

Em ginástica artística, os giros consistem basicamente em rotações do corpo no eixo vertical sobre o apoio da meia ponta de um dos pés (região entre os dedos e o calcanhar). A partir do momento em que o calcanhar ou o outro pé toca o aparelho, a contagem das rotações é interrompida.

Na ginástica feminina atual, a maioria absoluta dos giros são realizados em seis posições básicas:

1. Giro com perna livre abaixo da horizontal (giro simples);

2. Giro com perna livre elevada a 90º - paralela ao solo - sem o apoio das mãos (giro em L);

3. Giro com perna livre elevada a 180º - perpendicular ao solo - com o apoio das mãos (giro em espacate);

4. Giro em attitude.

5. Giro em posição grupada, com perna livre estendida;


6. Giro do mergulhador (Illusion turn).

Nos exercícios de solo, os giros aumentam de valor a cada rotação completa (360º) realizada, enquanto que na trave, elevam de valor a cada meia rotação (180º). Desse modo, um ocasional 3,5 giro no solo é contado como apenas 3 giros. É fundamental que a posição seja sustentada ao longo de todo o exercício para que seu valor seja devidamente considerado.

Outras deduções para giros são:
Rotação fora do eixo;
Imprecisão (quando a posição ou o número de rotações não é bem definida);
Técnica insuficiente.
Desequilíbrio.

Abaixo selecionei alguns vídeos com os giros existentes no código de pontuação e seus valores na trave e no solo.
Giros na trave: http://www.youtube.com/watch?v=9PXMxoUOnw0
Giros no solo: http://www.youtube.com/watch?v=WlCyqmkyeFg

Algumas curiosidades sobre giros:
- Sanne Wevers é a atual ginasta com mais giros na série de trave. Consegue realizar Okino (triplo giro, o mais difícil na trave, de valor E), diversas ligações com giros, e ainda criou seu próprio elemento, o duplo giro com perna a 90º. http://www.youtube.com/watch?v=4w0a_OrEd2c&feature=PlayList&p=80D6D791AEBAEC86&playnext=1&playnext_from=PL&index=28

- A italiana Paola Galante criou recentemente 1,5 giro com a perna em espacate na trave. http://www.youtube.com/watch?v=2Gx-fizG5po

- Catalina Ponor realizava um duplo giro com o pé na cabeça, que não existe no código de pontuação, e provavelmente valeria D no código atual.http://www.youtube.com/watch?v=hHKSnZEmwIw (0:34)

Os giros nomeados no código:
Triplo giro na trave - Okino.
1 1/4 giro de costas na trave - LiLi.
2,5 giro agachado na trave - Humphrey.

Duplo giro em espacate no solo - Memmel.
Duplo giro em attitude no solo - Semenova.
Quádruplo giro no solo - Gommez